Cresce procura por cursos tecnológicos no Brasil
Com a economia brasileira se expandindo em todas as direções, o setor da educação tem buscado alternativas para suprir a grande demanda de mão de obra da forma mais rápida. O surgimento e o crescimento dos chamados cursos tecnológicos são um bom exemplo isso. Diferente da proposta dos cursos técnicos, que formam profissionais da área em nível médio, os tecnológicos são cursos superiores de graduação que possuem em seu projeto pedagógico os elementos para uma formação profissionalizante mais completa. A diferença para a graduação comum é que, além de possuírem uma carga horária menor – entre dois e três anos -, o conteúdo na formação tecnológica é ministrado dentro de uma linha específica de conhecimento, focando conteúdos específicos para o mercado de trabalho.
A oferta não para de crescer. Os cursos vão desde construção naval, petróleo e gás e produção sucroalcooleira até segurança pública, agroecologia e produção audiovisual. Apenas nos últimos 10 anos, houve um aumento de cerca de 1.500% na oferta desse tipo de formação em todo o Brasil. Vale lembrar, contudo, que a maior parte desses cursos está sendo oferecida por instituições privadas de ensino.
Especialistas garantem que o crescimento da oferta desse tipo de graduação é uma tendência mundial. “Olhando a experiência de outros países, os cursos tecnológicos devem se estabilizar ente 35% a 40% da oferta [total de cursos de ensino superior]. Hoje, no Brasil, eles representam 15%, a depender do levantamento e da área. Mas creio que esse crescimento vai persistir por muitos anos”, defende Andréa Andrade, diretora de regulação e supervisão da educação profissional e tecnológica do MEC, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Andréa Andrade foi responsável por um estudo que traçou o perfil dos estudantes dos tecnológicos e apontou que o principal atrativo tem sido a expectativa de inserção rápida no mercado de trabalho, já que a empregabilidade nessa área chega a 90%, enquanto fatores como duração menor e custo mais baixo têm peso menor.
Apesar da proposta se direcionar à atuação no mercado de trabalho, há também a possibilidade dos formandos ingressarem em mestrados e doutorados, desde que obedecidas às especificidades dos programas.
Há, no entanto, um importante aspecto que precisa ser observado com atenção pelos interessados nesse tipo de graduação. Como a formação tecnológica é mais focada em determinado campo de atuação, exige que o aluno tenha muita clareza sobre o rumo profissional a seguir para evitar desperdício de tempo e recursos. Para isso, o estudante deve, além de buscar informações satisfatórias sobre os cursos tecnológicos, averiguar se tem sintonia, ou não, com suas capacidades, habilidades, interesses e limites.
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