Torcedores prestam queixa contra a PM pelo confronto no clássico de domingo

terça-feira, abril 26, 2011 Inaildo Dionisio 0 Comentários


Os irmãos Rodrigo e Rafael Nogueira (fotos 1 e 2) foram ao Juizado do Torcedor prestar queixa contra a Polícia Militar. Eles estavam na arquibancada da Ilha do Retiro, na torcida do Náutico, no último domingo (25), quando uma confusão entre a polícia e a torcida organizada gerou tumulto. Imagens que torcedores publicaram na internet mostram o momento em que policiais usaram gás de pimenta. Dezenas de pessoas, até crianças, foram atingidas. Rodrigo e Rafael acabaram agredidos.
"Todos correram. Mas a gente não tinha nada a ver, ficamos parados. Quando eles usaram da força para que a gente saísse. Rendidos estávamos já e mesmo assim ele agrediu", conta o estudante Rafael Nogueira (foto 3).
"Nenhum dos policiais que foram para o embate com os torcedores estava com identificação. Não tinham número de registro, não tinham nomes nos uniformes, nada. Só o cacetete na mão, partindo para cima dos torcedores, agredindo sem querer saber a quem", afirma o aeroviário Rodrigo Nogueira (foto 4).
No Juizado, os irmãos fizeram uma representação contra a Polícia Militar. "O Ministério Público vai mandar apurar toda essa responsabilidade e solicitar a abertura de inquérito policial junto à Polícia Civil, para apurar as situações de abuso de autoridade, crime de tortura e possíveis lesões corporais", garante o promotor do Juizado do Torcedor, José Bispo.
A Defensoria Pública espera que outros torcedores apareçam no Juizado. "Qualquer pessoa que se sentiu prejudicada com o fato de domingo ou com algum outro jogo que venha ocorrer, pode procurar o Juizado do Torcedor, de segunda a sexta, de 13h às 19h. Ou no dia do jogo há a presença do Juizado formal instalado no campo, com defensor público, promotor de Justiça, magistrado. O torcedor pode procurar antes, durante ou depois da partida para fazer qualquer registro", detalha a defensora pública Mariana Granja.
A Polícia Militar ainda será notificada da queixa dos torcedores. Mas o Batalhão de Choque, responsável pela segurança nos estádios, já se antecipou em dizer que não houve excessos. O major Maciel Lima (foto 5), que estava no estádio, contou o motivo da ação da polícia. "Um dos torcedores da Fanáutico arremessou pedra no policiamento e no momento em que a patrulha foi deter o torcedor, o restante dos torcedores se voltou contra o policiamento. Como o policiamento ficou impossibilitado de levar quem cometeu o ato, e a quantidade de torcedores era muito grande contra o policiamento, foi necessário usar o gás de pimenta no uso progressivo da força para evitar que houvesse pancadaria por parte do policiamento. O uso do spray era necessário porque se não fosse utilizado poderia gerar mais atrito e a pancadaria seria maior", diz.
Sobre a queixa de agressão a torcedores que não estavam envolvidos na confusão, o oficial disse que a Polícia iria investigar. "O que tem que se fazer é apurar. Verificar essa demanda do Ministério Público e constatar o que foi que ocorreu", finaliza.
O torcedor que se sente prejudicado por esse episódio ou qualquer outro pode procurar o Juizado do Torcedor, que fica na rua do Futuro, 99, Graças. O telefone é 3228.4568.

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