Quem reage tem que morrer, diz ladrão que matou jovem em Higienópolis
Frieza. Foi o que os criminosos envolvidos no assalto em Higienópolis que terminou com a morte da estudante Caroline Silva Lee,
de 15 anos, teriam demonstrado no momento da prisão. De acordo com o
sargento Márcio Barreto, ao falar sobre a morte da adolescente, o ladrão
que realizou os disparos não teria esboçado sentimento, dizendo, de
forma sarcástica: “Quem reage tem que morrer”.
A frase chocou também a delegada Leslie Karam Petros.
— Ele parou, olhou, e deu de ombros e falou "é isso que acontece com
quem reage". Fiquei perplexa na hora, realmente eu não esperava aquela
resposta.
De acordo com a delegada, os outros dois presos também usaram a frase de forma irônica. Um deles chegou a rir.
— A gente ficou super espantado, porque realmente não esperava aquela resposta.
O trio foi preso 15 minutos
depois do crime. Eles foram perseguidos por uma viatura da Policia
Militar até uma praça que fica cerca de 5 km do local do assalto,
ocorrido em área nobre da capital paulista. Durante a fuga, bateram em
um carro e foram obrigados a parar. Eles desceram do veículo e teriam
atirado contra os PMs, mas acabaram se entregando. O carro usado por
eles havia sido roubado no último dia 14.
Caroline foi morta no domingo (21). Ela voltava a pé para casa com o
namorado, de 24 anos, quando os assaltantes abordaram o casal, que havia
acabado de sair de uma festa.
Os criminosos, que têm idades entre 18 e 19 anos, tinham passagem pela polícia.
No interrogatório, logo após a prisão, os três disseram que não se
arrependiam do que tinham feito. Eles foram levados a um centro de
detenção provisória, onde devem aguardar julgamento.
Tristeza
O namorado da adolescente, Jardel Nascimento, relata como foi o ataque.
— O rapaz chegou na nossa frente, o outro ficou atrás. O outro ficou
puxando a minha mochila, eu tentei só segurar. E o outro falou "passa a
mochila que eu estou armado, passa a mochila que eu estou armado".
Jardel diz que entregou a mochila dele, mas o assaltante também quis a
de Caroline. Segundo o rapaz, a namorada não reagiu.
— Ela não reagiu. Só ficou segurando a mochila dela e gritando, né? Gritando por socorro, para ver se alguém ajudava a gente.
De acordo com ele, foi tudo muito rápido. A adolescente levou dois
tiros na região do pescoço e caiu na calçada. Emocionado, Jardel lembra
do momento em que socorria a namorada.
— Eu fiquei tentando fazer com que ela não dormisse. Fiquei fazendo
respiração boca a boca nela e tentando fazer massagem nela. No momento
eu só queria ajuda porque eu estava sozinho. Não tinha um carro para
levá-la até o hospital. Eu fiquei gritando por ajuda, fui para o meio da
rua, e os caras que estavam passando de carro quase me atropelavam.
Maria Lee Silva, mãe da adolescente, não se conforma.
— Ele não poderia ter pegado esse objeto e ido embora e deixado a vida
dela em paz? Mas tem que bater, tem que matar, por quê? É um pedaço de
mim que partiu...
Confira a reportagem na íntegra:
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