Agentes da Polícia Federal pedem o fim do inquérito policial
Policiais federais pediram esta semana, na capital
federal, mudanças nos processos de investigações criminais e o fim do
inquérito policial. Para simbolizar a reivindicação, eles usaram um
balão inflável no formato de um elefante branco, de quase três metros de
altura, onde está escrita a expressão “inquérito policial”.
“No mundo todo, somos o único país que trata a questão criminal com
esse instrumento. Será que somos os únicos certos ou será que estamos
ultrapassados? Isso tem que acabar. Polícia tem que investigar, relatar e
passar os fatos para o Ministério Público. Polícia não tem que julgar”,
defendeu o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito
Federal (Sinpol/DF), Jonas Leal.
Durante todo o dia, um grupo de agentes ficou em frente à Torre de
TV, uma das principais atrações turísticas da cidade, para iniciar a
campanha na capital federal. Nos próximos dias, os moradores de Brasília
poderão se deparar com o balão, que será instalado em diferentes locais
da cidade. O elefante branco já passou pelas capitais São Paulo, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte.
Agentes federais relataram que o inquérito tem sido usado em ações
corruptas. Segundo eles, o processo facilita o objetivo de pessoas que
têm interesse em retardar o julgamento de crimes ou ainda esconder as
investigações. “As consequências do inquérito são sempre a impunidade e
corrupção”, disse Leal.
O presidente do Sinpol/DF acrescenta que o procedimento representa
pouca qualidade na apuração dos fatos. Ele lembra que, durante o
inquérito, não existe direito de defesa das partes acusadas. “É só
inquisitório, só pergunta. O acusado só pode apresentar a defesa quando
chega à Justiça”, disse o policial, destacando que, até o caso chegar
aos tribunais, o acusado pode ficar preso por dias sem que exista
comprovação de seu envolvimento no crime.
“Não seria mais prático fazer o relatório e entregar para o
Ministério Público que avalia e manda para o Judiciário? Teria mais
celeridade. Nos Estados Unidos, as coisas chegam a ser julgadas no mesmo
dia. Aqui, você chega às delegacias e tem pilhas de inquéritos
acumuladas ao longo de meses”, criticou Leal. (Agência Brasil)
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