Polícia Militar pronta para combater o crack
O combate à epidemia do crack ganhará reforço mais ostensivo nos
pontos críticos de uso e venda da droga no Recife. A partir de janeiro,
120 policiais militares serão destinados exclusivamente para identificar
e reprimir o consumo e o tráfico, 24 horas por dia. Inicialmente, três
locais, considerados mais vulneráveis e com altos índices de homicídios,
serão os primeiros: o bairro de Santo Amaro e as comunidades de Capilé e
Chié, ambas em Campo Grande. Esses locais receberão câmeras para que a
PM possa fazer o monitoramento.
Os policiais irão receber as imagens da movimentação em três bases
móveis (veículos equipados com sistema de videomonitoramento), que foram
doados pelo Ministério da Justiça. Um arsenal de 350 armas Tasers e 150
Sparks (consideradas menos letais) também foi distribuído aos batalhões
da PM. A expectativa é que a ação mais ostensiva de combate ao crack
seja estendida para toda a Região Metropolitana do Recife e o município
de Caruaru, no Agreste.
A PM já capacitou dois mil homens para o uso
adequado do armamento que tem a finalidade de imobilizar, por alguns
instantes, o alvo e rendê-lo. Mas, a depender de alguns fatores, como o
consumo de álcool ou drogas, a pessoa atingida pode chegar a óbito. O
coordenador estadual de Polícia Comunitária, coronel Gilmar Oliveira,
explicou que, no primeiro momento, os PMs visitarão as localidades como
uma forma de conscientizar a população.
Os usuários de crack serão abordados e encaminhados para programas
estaduais, como o Atitude – que prevê acolhimentos provisórios ou
permanentes para tratamento do vício e reinserção social. “Nossa
intenção é de que as armas de menor potencial só sejam usadas em última
instância, quando houver resistência. Os policiais estão preparados para
essas ocasiões extremas. O combate mais efetivo ao crack é uma
necessidade urgente. A sociedade precisa disso”, afirmou Oliveira.
O treinamento dos PMs para uso das armas está sendo realizado pela
Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core). O comandante José
Silvestre informou que as duas pistolas são semelhantes, mas a Spark –
que é uma versão nacional – tem uma corrente elétrica mais baixa que a
Taser, afetando menos o corpo humano. “O sistema de controle dela também
é mais eficaz, pois cada disparo é controlado por uma trava”, disse.
Silvestre afirmou ainda que todo o armamento está passando por testes
para evitar qualquer incidente. As 350 Tasers já são usadas nas ruas em
abordagens de rotina e, segundo o comandante, nunca houve morte. A ação
ostensiva de combate à droga faz parte do programa federal “Crack, é
Possível Vencer”, lançado no estado em março.
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