Em Serra Talhada, durante discurso, Eduardo Campos se diz 'amigo' e 'companheiro' de Dilma
O governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB) se disse nesta segunda (15), em Serra Talhada (PE),
"companheiro" da presidente Dilma Rousseff e afirmou que o estado a
recebeu "com a mesma atenção de sempre".
Campos e Dilma discursaram na cerimônia
de inauguração da primeira etapa da Adutora do Pajeú. Ambos são
possíveis adversários na eleição presidencial de 2014. Na semana
passada, o governador elogiou José Serra (PSDB), rival de Dilma na
campanha eleitoral de 2010. Pesquisa do instituto Datafolha divulgada na
última sexta, apontou a presidente com 58% das intenções de voto se a
eleição fosse hoje, e Campos, com 6%, em um cenário que inclui como
possíveis candidatos Marina Silva, da Rede (16%), e Aécio Neves, do
PSDB (10%).
"Minha primeira palavra, presidenta, é
para dizer que Pernambuco lhe recebe e acolhe com a mesma atenção de
sempre, com o respeito que lhe tributamos, nesse estado que lhe recebeu
e ajudou a ser presidente da República", afirmou o governador no
início de seu discurso.
Ao finalizar, sua fala, Campos desejou
que Dilma "volte sempre" e disse que ela tem nele um "companheiro" e um
"amigo". "Presidenta, seja bem-vinda, volte sempre. Pernambuco lhe
respeita. Aqui a senhora tem um governador, mas também tem um
companheiro, um amigo de longa jornada. A generosidade do povo de
Pernambuco jamais vai afetar a compreensão de Brasil que todos nós
temos. Um grande abraço".
O governador agradeceu pelas parcerias
com o governo federal, citando muitas vezes que foram iniciadas ainda
no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Tenho certeza
de que as parcerias de ontem e de hoje vão na mesma direção, para
construir um país mais equilibrado e justo", disse, para completar:
"Nosso conjunto político não tem faltado com apoio político ao governo
de vossa excelência", afirmou.
Campos citou também o avô, o
ex-governador Miguel Arraes, para lembrar a luta secular do sertanejo
contra a seca e as ações do seu governo contra os efeitos da estiagem.
"Estouramos as secas dos currais
atrasados em Pernambuco. Tenho a alegria de ser o governador que
colocou GPS nos carros-pipa para acabar com essa vergonha de a água
ser moeda para compra de votos. Numa seca como essa não podemos
dividir os brasileiros.
A visita da presidente Dilma Rousseff
(PT) ao Sertão pernambucano, foi marcada pela divisão dos militantes
petistas e socialistas no público que acompanhou o evento. Assim que a
presidente chegou ao evento, gritos de "Dilma, Dilma" eram escutados aos
montes no local. Bem menor era o grupo de manifestantes do PSB. O
agricultor Pedro Santana, acuado em meio a uma multidão de petistas,
quase não conseguia ser ouvido.
Ao longo da principal rodovia federal que corta Serra Talhada,
a BR-232, bem como no local da solenidade, era possível ver faixas de
apoio e agradecimento, tanto para Rousseff quanto para Campos.
Ministro
O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, do PSB, mencionou em seu discurso artigo de uma colunista política de um jornal pernambucano, que afirmou que o ministro estaria "entre a cruz e a caldeirinha". Ele afirmou que não sabia se ela estava certa ou errada.
O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, do PSB, mencionou em seu discurso artigo de uma colunista política de um jornal pernambucano, que afirmou que o ministro estaria "entre a cruz e a caldeirinha". Ele afirmou que não sabia se ela estava certa ou errada.
O ministro já foi citado como o candidato de Eduardo Campos ao Governo de Pernambuco em 2014. Mas também foi objeto de notícias de que deixaria o PSB rumo ao PT.
"O que sei e confio é que, ao cabo do
debate que estamos testemunhando, prefiro acreditar na derivada
positiva de quem ajudou a construir este momento do pais. Todos nós
estamos juntos desde 1989, sonhando, lutando e pelejando. Todos aqui
têm legitimidade para debater, para discutir, para que o Brasil possa
ir até muito mais longe", afirmou.
No final do discurso, Bezerra Coelho se
dirigiu a Dilma para dizer que "Eduardo Campos é o melhor governador
que o Brasil tem" e, em seguida, elogiou a política de ações de
convivência com a seca do governo federal e o apoio que recebe para
gerir a pasta da Integração Nacional.
Agenda presidencial
A presidente Dilma Rousseff veio a Pernambuco para inaugurar a primeira etapa da adutora do Pajeú, equivalente a 118 km, suficientes para abastecer as cidades sertanejas de Floresta, Serra Talhada, Calumbi, Flores, Carnaíba e Afogados da Ingazeira, além do distrito de Canaã, em Triunfo.
A presidente Dilma Rousseff veio a Pernambuco para inaugurar a primeira etapa da adutora do Pajeú, equivalente a 118 km, suficientes para abastecer as cidades sertanejas de Floresta, Serra Talhada, Calumbi, Flores, Carnaíba e Afogados da Ingazeira, além do distrito de Canaã, em Triunfo.
Ainda restam 79 km para a conclusão
dessa fase da obra, o que deve acontecer até o segundo semestre de
2013. No total, a adutora terá 598 km. Quando estiver 100% concluída,
ela irá captar água do Rio São Francisco para atender cerca de 400 mil
pessoas, em 21 cidades pernambucanas e oito paraibanas. O investimento é
de R$ 547 milhões.
Dilma teria outras agendas em
Pernambuco, entre elas um possível almoço com o governador Eduardo
Campos, que realizou o convite. Na sexta-feira (22), no entanto, o
Palácio do Planalto cancelou os outros compromissos da presidente no
estado, porque ela vai comparecer a uma missa em Petrópolis, às 17h, em
memória das vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro.
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