Complexo Industrial de Suape: os limites do desenvolvimento. Entrevista especial com Heitor Costa
O Estado de Pernambuco está agindo “fora da lei diante da construção de Suape a qualquer preço”, aponta o físico.
O polêmico projeto do Complexo Industrial de Suape, instalado no estado de Pernambuco em 1975, durante a ditadura militar, tem recebido críticas de ambientalistas e pesquisadores, porque se baseia na “concentração de investimentos” e causa inúmeros problemas ambientais e sociais. De acordo com o físico e professor da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Heitor Costa, Suape foi construído a partir de “uma decisão autoritária” e desde o início foi contestado.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, ele questiona o “boom” da economia pernambucana, que cresce por causa dos investimentos no Complexo Industrial de Suape. Segundo ele, “os índices macroeconômicos do estado indicam que a economia vai bem. Entretanto, não estão bem aqueles que deveriam ser os maiores beneficiários”. E ressalta: “Esse crescimento não tem se convertido em melhorias para a classe trabalhadora no estado”.
De acordo com o pesquisador, desde 2007 até 2014 serão investidos cerca de 60 bilhões de reais na ampliação deSuape, montante que, em sua avaliação, “poderia ser mais bem aplicado e distribuído em empreendimentos descentralizados, menores, sustentáveis, atingindo um número maior de municípios e pessoas”. Ao comentar as implicações sociais e ambientais causadas pela ampliação de Suape, Costa enfatiza que a “concentração industrial de empresas utilizando combustíveis fósseis em um território de 13.500 hectares é o maior dos erros, pois certamente provocará graves agressões ambientais para a terra, água e o ar, além de afetar a saúde das pessoas com doenças características deste ambiente de muita liberação de gases tóxicos, e que também são causadores do efeito estufa”.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, ele questiona o “boom” da economia pernambucana, que cresce por causa dos investimentos no Complexo Industrial de Suape. Segundo ele, “os índices macroeconômicos do estado indicam que a economia vai bem. Entretanto, não estão bem aqueles que deveriam ser os maiores beneficiários”. E ressalta: “Esse crescimento não tem se convertido em melhorias para a classe trabalhadora no estado”.
De acordo com o pesquisador, desde 2007 até 2014 serão investidos cerca de 60 bilhões de reais na ampliação deSuape, montante que, em sua avaliação, “poderia ser mais bem aplicado e distribuído em empreendimentos descentralizados, menores, sustentáveis, atingindo um número maior de municípios e pessoas”. Ao comentar as implicações sociais e ambientais causadas pela ampliação de Suape, Costa enfatiza que a “concentração industrial de empresas utilizando combustíveis fósseis em um território de 13.500 hectares é o maior dos erros, pois certamente provocará graves agressões ambientais para a terra, água e o ar, além de afetar a saúde das pessoas com doenças características deste ambiente de muita liberação de gases tóxicos, e que também são causadores do efeito estufa”.
Heitor Scalambrini Costa (foto ao lado) é graduado em Física pelo Instituto de Física Gleb Wattaghin da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, mestre em Energia Solar, pelo Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, e doutor em Energética, pelo Commissariat à I’Energie Atomique – CEA, Centre d’Estudes de Cadarache et Laboratorie de Photoelectricité Faculte Saint-Jerôme/Aix-Marseille III, França. Atualmente leciona na UFPE, onde coordena os projetos do Núcleo de Apoio a Projetos de Energias Renováveis – Naper, e do núcleo de Soluções em Energia e Design – Sendes. É integrante da Rede Brasileira de Justiça Ambiental – RBJA e da Articulação Antinuclear Brasileira – AAB.
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