Quase metade dos inscritos no Sisu tenta vaga por cota
Quase metade dos inscritos no Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) das universidades federais tentou uma vaga
pelo sistema de cotas. Foram 864.830 inscritos em um total de 1.949.958
estudantes que usaram o Sisu este ano, apesar das vagas reservadas para
os cotistas representarem apenas 12,5% do total.
“Foi um salto extraordinário, mas está
ainda muito abaixo do peso relativo das escolas públicas no sistema de
ensino em geral, que é de 88%”, disse o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante. Quase 520 mil inscritos no sistema de cotas têm renda
familiar inferior a 1,5 salário mínimo per capita, a maioria deles
negros ou indígenas. Os demais têm renda superior a esse valor, mas
também são estudantes de escolas públicas, já que a lei não discrimina,
por exemplo, escolas militares ou ligadas a universidades, que
normalmente atraem estudantes de renda mais alta.
Os dados distribuídos nesta
segunda-feira (14) pelo MEC mostram que, pelo menos em três cursos em
que as médias foram analisadas, as notas de corte no sistema de cotas e
no sistema geral não tiveram uma diferença muito grande . Em Medicina, a
área tradicionalmente com notas mais altas, a média dos não-cotistas
foi 787,56 pontos, enquanto a dos cotistas atingiu 761,67 pontos. Em
Pedagogia a diferença foi de apenas 6,5 pontos e em Licenciatura (para
professores em geral), de 21,06 pontos. “Os melhores do setor público
são melhores do que a média do setor privado. Esse resultado não pode
levar a nenhuma comemoração, mas é um bom começo”, disse o ministro.
O problema maior, admite Mercadante,
deverá ser nos anos seguintes, quando o porcentual de vagas para
cotistas aumentar até chegar a 50%, daqui a três anos. Aos poucos, essa
“elite” do sistema público terminará e começarão a entrar os alunos
médios, que já têm notas bem abaixo da média do sistema privado. “Temos
aí dois a três anos para investir e tentar melhorar o ensino médio
público”, disse o ministro, reconhecendo que a escola está estagnada.
Nos últimos anos, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
não melhorou e ainda piorou em alguns Estados. (Último Segundo)
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