Policiais Militares são suspeitos de participar de mortes de sindicalistas
Polícia Civil apreendeu computadores e documentos de suspeitos. Diretores do Sindicato dos Motoristas e Cobradores foram mortos em SP.Oito policiais militares são investigados pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de envolvimento nos assassinatos do diretor de base do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus São Paulo, Sérgio Augusto Ramos, morto com cinco tiros no último dia 25 de outubro, e de de outro sindicalista, José Carlos da Silva, também morto com cinco tiros em 12 de novembro.
Ramos foi morto após gravar um vídeo dizendo que estava sendo ameaçado. Ele havia denunciando ao Ministério Público um esquema de corrupção dentro do sindicato, com desvio de dinheiro.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o Ministério Público deflagraram na manhã desta quarta-feira (15) uma operação para cumprir mais de 20 mandados, entre eles de prisão, busca e apreensão dos suspeitos pelas mortes dos sindicalistas.
Segundo a polícia e a Promotoria, os policiais militares também estariam envolvidos no esquema de corrupção, fazendo a segurança pessoal de alguns diretores do sindicato. As armas dos policiais foram apreendidas e encaminhadas à perícia.
Em 12 de novembro, três semanas depois da morte de Ramos, outro diretor do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus, José Carlos da Silva, foi morto de uma maneira parecida. Ele foi atacado por dois homens numa moto, numa rua da Zona Norte da capital. Levou cinco tiros. Segundo os promotores, nos últimos sete anos, foram assassinadas 13 pessoas ligadas ao sindicato.
"A partir de agora nós vamos analisar a necessidade de medidas mais drásticas. Nós estamos lidano com o crime organizado. E para combater o crime organizado nós precisamos de medidas enérgicas", disse o promotor Roberto Porto.
Além do promotor, a delegada do DHPP) responsável pelas investigações, Alexandra de Agostini, acompanhou a operação. "São policiais militares da ativa", disse a delegada Alexandra Agostini sobre quem são alguns dos suspeitos pelos crimes.
Computadores e documentos de suspeitos de envolvimento no crime foram apreendidos e levados ao DHPP, na capital paulista. O irmão de um motorista de ônibus foi preso em casa, por porte ilegal de arma. Duzentos policiais civis fizeram buscas na capital e em Mairiporã, Taboão da Serra e Santana de Parnaíba.
Vídeo gravado
O sindicalista Ramos foi baleado por dois motoqueiros enquanto fazia panfletagem na frente da Viação Itaim Paulista (VIP), na Estrada do M'Boi Mirim, Jardim Ângela, Zona Sul da capital.
Antes de ser morto, o sindicalista havia registrado dois boletins de ocorrência relatando supostas ameaças de morte que recebia de pessoas ligadas ao ex-presidente do sindicato dos motoristas e cobradores, Edivaldo Santiago da Silva. Ele já tinha sido preso pela polícia federal em 2003. Procurado para comentar o assunto, Silva afirmou que não está sendo investigado pelas mortes.
O sindicalista também tinha gravado um vídeo, dizendo que estava sendo ameaçado e acusando a direção do sindicato de corrupção. "Todo mês vinha 2 mil reais, dinheiro ilícito, pra minha conta" e "temo pela minha vida, pela dos meus filhos", havia dito Ramos. Ele denunciou ao Ministério Público esquema de desvio do subsídio pago pela Prefeitura referente ao plano de saúde dos trabalhadores.
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus informou que já esperava a operação da polícia e da Promotoria.
Fonte: Portal G1
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