Homicídios cresceram 17,8% em dez anos no Brasil
Estados do Norte e Nordeste ficaram mais violentos; Sudeste melhorou
Os dados são parte do estudo Mapa da Violência 2011, coordenado pelo pesquisador Julio Waiselfisz, com base na análise de atestados de óbitos registrados em todo o país.
O levantamento mostra que a violência continua elevada ou se acentuou principalmente em Estados do Norte e do Nordeste, enquanto que a maioria do Sudeste apresentou queda na proporção de assassinatos dentre a população geral.
O Estado com a situação mais grave é Alagoas: a taxa de homicídios passou de 21,8 pessoas assassinadas em cada 100 mil em 1998 para 60,3 em 2008. No ranking dos Estados mais violentos, Alagoas passou da 11ª para a 1ª posição.
Em seguida, nos dados de 2008, estão Espírito Santo (56,4 homicídios/100 mil habitantes), Pernambuco (50,7), Pará (39,2) e Amapá (34,4). O Estado capixaba se manteve em segundo lugar no ranking da violência, Pernambuco caiu duas posições, Pará e Amapá subiram.
O contrário do que ocorre nos outros Estados do Sudeste, onde a violência caiu ou se manteve estável. O Rio de Janeiro continua sendo onde há, proporcionalmente, mais homicídios: em 2008, foram 34 a cada 100 mil habitantes; em 1998, eram 55,3. O Estado fluminense passou do 3º para o 7º lugar no ranking dos mais violentos.
Em São Paulo, a queda foi mais drástica: a taxa passou de 39,7 para 14,9 em dez anos. O Estado foi o que mais caiu no ranking: passou da 5ª para a 25ª posição. Já em Minas Gerais, a violência cresceu: a taxa de assassinatos passou de 8,6 para 19,5, mas o Estado se manteve na 23ª posição.
Além de Minas e São Paulo, entre os Estados com índices mais baixos estão Piauí (27º lugar, com taxa de assassinatos de 12,4/100 mil), Santa Catarina (26º; 13/100 mil) e Tocantins (24º; 18,1/100 mil).
Ações
Questionado sobre o agravamento da violência, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, diz que a principal ação para atenuar a situação é a retomada das campanhas de desarmamento.
- O Ministério da Justiça irá retomar com muito vigor as políticas de desarmamento. É necessário ir além. Para isso, esperamos contar com a ajuda dos governadores de Estado e da sociedade.
Ele também citou as políticas de combate ao abuso de drogas e álcool para diminuir mortes causadas pelo trânsito. Mencionou também a necessidade de maior integração entre governo federal e Estados para combate à violência.
- Não existe política de segurança eficiente e eficaz sem integração dos órgãos federativos. Enquanto cada um continuar jogando na sua área, nós não teremos resultados significativos.
No próximo dia 12 de março, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve visitar Alagoas para discutir soluções para diminuir a violência.
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