Dia Antimanicominal reintera a socializaçãos dos pacientes com transtorno
Os manicômios são lugares feios, frios, onde os gritos causam medo a qualquer pessoa. Esta era a visão que se tinha do local onde eram tratados os pacientes com transtornos mentais. Os antigos hospícios já não existem, como conhecíamos, desde que a Lei 1.216 foi sancionada, direcionando o modelo do tratamento psíquico de uma outra forma.
As pessoas que apresentam algum tipo de transtorno, seja mental ou por dependência de álcool ou droga, não são mais retiradas de suas casas em camisas de força e jogadas em salas solitárias, passando por tratamento de choque.
A saúde pública no Brasil criou o CAPS – Centro de Atenção Psicossocial – para se instituir uma nova forma de acolhimento e tratamento dos paciente smentais. Atualmente cerca de 1.800 CAPS estão funcionando no país e Serra Talhada se destaca como um dos poucos municípios que possuem 2 CAPS.
Segundo a Secretária Municipal de Saúde, Socorro Brito, essa nova preocupação com o tratamento e acolhimento dos pacientes é o ponto forte na busca de bons resultados. “ A saúde mental em Serra Talhada se divide em antes e depois da implantação do CAPS. As duas unidades do município proporcionam uma melhor qualidade de vida à população que necessita deste serviço”, disse.
Serra Talhada atualmente conta com dois Centros de Apoio Psicossocial. O CAPS AD, que cuida de pessoas dependentes de álcool e drogas e o CAPS Transtorno, específico para quem apresente algum tipo de distúrbio mental. Em ambos, o paciente encontra um ambiente socioeducativo, que possibilita, a partir das ações estimulantes, a sua reintegração social.
De acordo com Marília Remígio, coordenadora de saúde mental da Prefeitura de Serra Talhada, “o trabalho é resultado do conjunto de forças e saberes para mudar a assistência ao portador do transtorno.” O transtorno mental é alvo de grande preconceito no Brasil. Ainda segundo Remígio, ninguém está salvo de apresentar estes quadros. “ Pode acontecer qualquer um de nós, por isso devemos quebrar os nossos preconceitos sociais e esse estigma”.
No tocante ao assunto, aconteceu hoje, no auditório da Câmara Municipal, um encontro que marcou a Luta Nacional Antimanicomial, onde lideranças, populares, pacientes e profissionais de saúde discutiram ações, promoveram dinâmicas e apresentações artísticas, fortalecendo as novas poíticas da saúde mental, buscando cada vez mais a quebra do preconceito e a instauração de uma assistência com possibilidade de reintegração, trazendo de volta à luz social estes que, por algum motivo, precisaram de ajuda.
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