Brasil é líder da América Latina em juros no cartão
Mesmo com o governo reduzindo sistematicamente os juros básicos da economia, hoje num patamar histórico de 8%, os juros reais, cobrados “na ponta” sacrificam o consumidor. De acordo com um levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste), o juro do cartão de crédito cobrado no Brasil é o maior da América Latina.
Por ano, o brasileiro, que efetua parte do pagamento da fatura, ou seja, entra no crédito rotativo, paga uma taxa média de 323,14%, quase seis vezes maior em comparação ao segundo colocado da lista, o Peru, onde a taxa média anual é 55%.
O terceiro colocado no ranking é o Chile com 54,24%, seguido pela Argentina (50%), pelo México (33,8%) e pela Venezuela (33%). Colômbia, por sua vez, apresentou a menor taxa, com 29,23%. Foram analisados, durante o mês de junho, treze bancos e financeiras em sete países da América Latina.
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Segundo Renata de Almeida, analista da ProTeste, os indicadores econômicos dos países investigados não justificam a discrepância entre as taxas. “A gente vê que realmente as taxas aplicadas aqui são exageradas.” Para a ProTeste, os juros dos cartões deveriam seguir a trajetória da Selic, que caiu de 11% para 8% ao ano, de janeiro a junho. No mesmo período, em contrapartida, os juros cobrados pelos bancos cresceram de 237,9% para 323,14%.
A aplicação dos juros ocorre de duas maneiras: em alguns estabelecimentos, eles são aplicados sobre as compras parceladas – alguns definem um número de parcelas a partir do qual será feita a cobrança. Porém, é sobre os inadimplentes que os juros pesam mais.
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