Cardeal escocês renuncia após acusação de atos impróprios
O chefe da Igreja Católica da Escócia, cardeal Keith O'Brien, pediu
demissão nesta segunda-feira (25) como arcebispo de St. Andrews e
Edimburgo após ser acusado de "atos impróprios" cometidos há 33 anos.
Segundo o Vaticano, o Papa Bento XVI aceitou o pedido de demissão do
cardeal.
O'Brien deveria participar do Conclave que elegerá o novo pontífice,
após a renúncia de Bento XVI. Entretanto, o cardeal informou nesta
segunda, junto com o anúncio de sua demisão, que não irá ao Vaticano
para a eleição do novo chefe da Igreja Católica. Ele seria o único
britânico a participar do Conclave.
O'Brien disse que não quer ofuscar a
atenção da mídia. "Eu não vou me juntar a eles (outros cardeais) para
este conclave, não desejo a atenção da mídia em Roma. O centro das
atenções deve ser o Papa Bento XVI e seu sucessor", disse ele em um
comunicado.
O cardeal O'Brien, 74 anos, nega as acusações feitas por três padres e
um ex-religioso, que foram transmitidas a Roma uma semana antes da
renúncia de Bento XVI, em 11 de fevereiro.
Os quatro demandantes, da diocese de St Andrews e Edimburgo, na
Escócia, afirmaram ao núncio apostólico no Reino Unido, o arcebispo
Antonio Mennini, que O'Brien cometeu "atos impróprios" há 33 anos,
segundo o jornal britânico "The Observer".
Um dos padres afirma que foi vítima de atenção não desejada por parte
do cardeal. Outro afirma que O'Brien aproveitava as orações noturnas
para ter contatos impróprios.
Os demandantes, que pedem a renúncia do cardeal, temem que as acusações
não sejam examinadas da maneira devida caso o cardeal seja autorizado a
viajar a Roma para participar no conclave.
"A Igreja tem a tendência a acobertar e proteger o sistema a qualquer preço", afirmou um dos demandantes ao Observer.
As opiniões conservadoras sobre o homossexualismo de O'Brien, que
deveria deixar o cargo em março, provocaram revolta da comunidade gay.
Em 2012, foi designado "hipócrita do ano" pela associação de defesa dos
gays e lésbicas Stonewall.
O cardeal O'Brien declarou recentemente que o casamento entre pessoas
do mesmo sexo "seria prejudicial para o bem-estar físico, mental e
espiritual dos contraentes". Ele também é contrário à adoção de crianças
por casais gays. (G1)
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