Maus gestores policiais, sociedade punida
Um grande traço do grau de atraso de uma sociedade é a ação do Estado
contrária aos princípios do Direito Administrativo. O Poder Público, por
conta da sua ineficiência na gestão das instituições, sobretudo no
tocante aos recursos humanos, pune os cidadãos com a restrição de
serviços essenciais, e em se tratando da segurança pública, os custos
são vidas perdidas e expansão da criminalidade.
Hipoteticamente, suponha-se que
determinada categoria policial em nível federal se manifeste através do
seu sindicato com paralisações até que se declare uma greve prolongada,
que desgasta a imagem do governante da respectiva esfera.
Sabe o que ele pode ser capaz de fazer,
inconsequentemente? Suspender por longo período a alocação de recursos
destinados ao pagamento de diárias e despesas relacionadas a operações
voltadas para o combate ao tráfico de drogas em regiões de produção em
larga escala. Resultado: sob pretexto de punir o servidor com o corte de
recursos, o Governo acaba por beneficiar o criminoso, que se livra da
fiscalização, e castiga a coletividade, que vê o crime se propagar.
Outro exemplo imaginário, mas não
impossível, seria um município cuja guarda civil recebe uma frota nova
de viaturas, distribuídas aos encarregados de cada bairro para aplicação
em ações ostensivas de caráter preventivo e repressivo.
Se o gestor age de má fé, desvirtuando a
finalidade para a qual o veículo foi adquirido e fornecido, qual seria o
caminho lógico e natural? Puni-lo e substituí-lo por outro que exerça
suas funções com lisura. Mas na prática, o que pode acabar ocorrendo? A
viatura ser retirada daquele setor e aplicada em outro, deixando órfã
uma comunidade já carente, que não elegeu o supervisor da área e
preferiria a sua troca em vez da perda daquela conquista tão necessária.
São de maneiras como as ilustradas nas
ficções acima que maus gestores acabam se beneficiando e a sociedade
paga um alto preço pela condução equivocada da coisa pública,
administrada com propósitos distintos daqueles desejados pelo legislador
e pelo povo soberano, de quem (teoricamente) emana o poder em um país
democrático. (Ten PMPB-Victor Fonseca/Abodagem Policial)
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