Existe mesmo uma mulher fria? E como fica o prazer?

domingo, março 25, 2012 Inaildo Dionisio 0 Comentários


Toques, carícias, beijos ardentes... e o corpo feminino responde: o coração dispara, a respiração fica mais ofegante, as mamas começam a intumescer e os mamilos ficam eretos, os genitais intumescem, assumem uma coloração mais forte e se lubrificam. Pronto. A mulher está excitada! E quando isso não acontece? Esse é um dos problemas sexuais que mais causam sofrimento à mulher e é erroneamente conhecido por muitos como frigidez. No entanto, por ser um termo muito depreciativo e pejorativo, podemos chamar mais adequadamente de disfunção sexual geral.

A mulher com tal disfunção não possui as sensações eróticas típicas da excitação e normalmente não fica lubrificada ou apresenta apenas uma leve lubrificação. Por isso, muitas delas consideram a experiência sexual angustiante e frustrante. Desenvolvem um forte sentimento de incapacidade e inferioridade, assumindo muitas vezes o rótulo de “fria”, o que agrava ainda mais o quadro. Isso tudo pode interferir em seus relacionamentos de modo geral e até mesmo vir a desenvolver doenças psicossomáticas.

É importante saber que, apesar de não ser muito frequente, algumas mulheres atingem o orgasmo mesmo sem se lubrificar. O mais comum, no entanto, é a inibição sexual geral ser associada à anorgasmia.

Algumas das causas orgânicas podem ser citadas: doenças inflamatórias dos órgãos genitais e aparelho urinário, que provocam coito doloroso; enfermidades que debilitam o organismo como um todo, estresse, depressão, álcool, algumas mediações como anti-hipertensivos ou antidepressivos que têm como efeito colateral a diminuição da libido, entre outras.

No entanto, as causas psicológicas/culturais são as mais frequentes. A educação repressora forma o grande pano de fundo para os conflitos, culpas e medo da entrega que rodam a cabeça de muitas mulheres na hora do sexo. A ansiedade, seu julgamento de auto-observação, o medo de não atingir o orgasmo, o mau relacionamento com o parceiro, a dificuldade de comunicar os seus desejos eróticos para o mesmo, assim como a não estimulação adequada por parte do companheiro pode provocar a disfunção sexual geral, impedindo que as mesmas não assumam seu direito ao prazer.

Essa dificuldade interfere negativamente não só com a autoestima feminina como também com a masculina, pois muitos deles podem se sentir incapazes de excitar sua parceira ou até mesmo rejeitados. Lembramos que cada caso deve ser analisado isoladamente. É bem verdade que alguns homens precisam aprender a tocar o corpo de uma mulher. Infelizmente essa ainda é uma queixa extremamente comum entre as mulheres que buscam ajuda nos consultórios de terapia sexual. O carinho, a suavidade a calma e a paciência é fundamental pois ela precisa de mais tempo do que ele para se excitar.

A mulher que não se excita não pode ser considerada “ fria”; ela tem um “coração” que sente, chora, sofre, se apaixona e ama. O que ela precisa é de um tratamento que a estimule a falar francamente sobre seus desejos sexuais para seu parceiro, que a desbloquei e a faça conhecer melhor o seu corpo e suas sensações. Enfim, ela precisa descobrir e usar toda sua sensibilidade na grande arte da entrega que é a relação sexual, se permitindo ter o seu tão merecido prazer.

Então.... muito prazer pra vocês! (Por Silvana Melo)

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