Ex-baixista da banda Legião Urbana vai para abrigo público no Rio
O ex-baixista do grupo Legião Urbana, Renato Rocha, que há cinco anos mora nas ruas do Rio de Janeiro, quer dar a volta por cima. Rocha resolveu procurar ajuda por conta própria, uma semana depois de a banda completar 30 anos.
Ele procurou abrigo em um albergue da Prefeitura do Rio. Há três meses, a equipe da Rede Record descobriu o músico nas ruas da cidade. Apesar da situação de miséria, Rocha ainda era reconhecido pelos fãs.
A história do músico famoso que virou morador de rua comoveu muita gente. Depois que o programa Domingo Espetacular exibiu a reportagem, ele aceitou passar por uma avaliação médica e chegou a se internar numa clínica particular que oferecia tratamento psiquiátrico de graça. Porém, desistiu e voltou para as ruas.
Mais uma vez ele decidiu deixar as calçadas do centro da cidade e, por enquanto, aceitou receber ajuda.
-— Quando a gente tá no anonimato as pessoas falam ex. Eu não sou ex, eu estou vivo, sou hoje, agora e continuo tocando.
Renato Rocha está no maior abrigo do Rio de Janeiro, um local com uma área de quase 6.000 m², onde vivem 350 pessoas.
Segundo a psicóloga que trata do músico, ele chegou bem confuso pelo que havia acontecido na vida dele.
- Estamos realizando o trabalho para que ele possa ser reinserido na sociedade.
Os profissionais do abrigo estão providenciando os documentos que Renato Rocha há muito tempo não tem. Depois disso pretendem fazer o acompanhamento psicológico para que ele consiga recuperar a autoestima.
O músico viveu o auge do sucesso da Legião Urbana. Tocou nos três primeiros discos e ajudou a compor muitos sucessos. O casamento com a banda, no entanto, durou até 1988, quando foi expulso do grupo depois de se desentender com os integrantes. Os colegas diziam que ele não cumpria os horários, chegava atrasado para os ensaios e era indisciplinado.
Aos 51 anos de idade, Rocha tem dois filhos adolescentes, que não vê há pelo menos dois anos. O fim da carreira como baixista coincidiu com o fim do casamento dele e do relacionamento com os pais. Ele foi morar nas ruas e insiste em dizer que não tem vícios.
- Eu nunca uso drogas.
A decisão de buscar ajuda aconteceu exatamente uma semana depois do tributo à banda, que virou lenda nos anos 80 e 90. O show lembrou os 30 anos do surgimento do Legião Urbana. Ao ver o vídeo do tributo, o baixista se lembrou de como o líder Renato Russo era perfeccionista e o comparou com o ator Wagner Moura, que o interpretou no show.
- O vocalista é bom, mas poderia ter ensaiado mais. O Renato ensaiava muito antes.
Rocha quer voltar aos palcos e, enquanto isso não acontece, vai ensaiando um retorno com uma banda improvisada do abrigo. (R7)
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