Muito a ser feito no último dia da sua vida
Se os maias tiverem razão, este pode ser
o último dia da sua vida. Quando o badalo do tempo anunciar a chegada
de 21 de dezembro de 2012, estaremos diante do esperado (ou nem tanto)
fim do mundo, segundo interpretações do calendário da civilização
mesoamericana pré-colombiana. Em pleno terceiro milênio, cerca de três
mil anos após o aparecimento da cultura indígena que fincou raiz onde
hoje estão o México e a América Central, a profecia maia é delírio para
uns, deleite para outros, verdade para muitos. Vaticínio ou engano,
realidade ou loucura, morte ou renovação, fato é que nosso planeta velho
de guerra teria uma extensa lista de pendências a serem ajustadas caso
estivéssemos à beira do ponto final ou do recomeço. Resumindo: o mundo
pode até acabar amanhã, mas não do jeito que está.
O caminho para a redenção começaria com
uma série de boas ações por parte dos EUA. Portadores do cajado da
liderança política internacional, eles bem que poderiam oferecer um
jantar, na noite antes do fim, no salão nobre da Casa Branca, para
aparar as arestas que tanto ajudaram a espalhar ódio mundo afora. Na
mesa, o anfitrião Barack Obama brindaria com o venezuelano Hugo Chávez, o
iraniano Mahmud Ahmadinejad e os irmãos cubanos Fidel e Raúl Castro. No
encontro, Obama anunciaria o fim do embargo econômico mantido há 50
anos contra Cuba, reataria relações com a república islâmica e pediria
desculpas públicas pela injustificada Guerra do Iraque e pela morte, sem
direito a julgamento, do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. Irã e Cuba
libertariam seus presos políticos.
Antes da sobremesa, o premiê israelense
Benjamin Netanyahu entraria em cena para dizer que acabara de admitir a
criação de um Estado palestino independente, baseado nas fronteiras
anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967. O anúncio seria transmitido
em tempo real para o Oriente Médio, onde judeus e árabes celebrariam,
juntos, o final feliz de uma história marcada pela má vontade e pela
intolerância. O Hamas e outros grupos radicais islâmicos se desculpariam
pelos atentados perpetrados ao longo dos anos. Pouco depois, o ditador
sírio, Bashar al-Assad, apareceria para renunciar ao cargo, após quase
dois anos de violência e mais de 40 mil mortes. Em seguida, o
sul-coreano Lee Myung-bak e o norte-coreano Kim Jong-un chegariam de
mãos dadas para encerrar o estado de guerra na península. (JC)
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