Muito a ser feito no último dia da sua vida

quinta-feira, dezembro 20, 2012 Inaildo Dionisio 0 Comentários


Se os maias tiverem razão, este pode ser o último dia da sua vida. Quando o badalo do tempo anunciar a chegada de 21 de dezembro de 2012, estaremos diante do esperado (ou nem tanto) fim do mundo, segundo interpretações do calendário da civilização mesoamericana pré-colombiana. Em pleno terceiro milênio, cerca de três mil anos após o aparecimento da cultura indígena que fincou raiz onde hoje estão o México e a América Central, a profecia maia é delírio para uns, deleite para outros, verdade para muitos. Vaticínio ou engano, realidade ou loucura, morte ou renovação, fato é que nosso planeta velho de guerra teria uma extensa lista de pendências a serem ajustadas caso estivéssemos à beira do ponto final ou do recomeço. Resumindo: o mundo pode até acabar amanhã, mas não do jeito que está.

O caminho para a redenção começaria com uma série de boas ações por parte dos EUA. Portadores do cajado da liderança política internacional, eles bem que poderiam oferecer um jantar, na noite antes do fim, no salão nobre da Casa Branca, para aparar as arestas que tanto ajudaram a espalhar ódio mundo afora. Na mesa, o anfitrião Barack Obama brindaria com o venezuelano Hugo Chávez, o iraniano Mahmud Ahmadinejad e os irmãos cubanos Fidel e Raúl Castro. No encontro, Obama anunciaria o fim do embargo econômico mantido há 50 anos contra Cuba, reataria relações com a república islâmica e pediria desculpas públicas pela injustificada Guerra do Iraque e pela morte, sem direito a julgamento, do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. Irã e Cuba libertariam seus presos políticos.

Antes da sobremesa, o premiê israelense Benjamin Netanyahu entraria em cena para dizer que acabara de admitir a criação de um Estado palestino independente, baseado nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967. O anúncio seria transmitido em tempo real para o Oriente Médio, onde judeus e árabes celebrariam, juntos, o final feliz de uma história marcada pela má vontade e pela intolerância. O Hamas e outros grupos radicais islâmicos se desculpariam pelos atentados perpetrados ao longo dos anos. Pouco depois, o ditador sírio, Bashar al-Assad, apareceria para renunciar ao cargo, após quase dois anos de violência e mais de 40 mil mortes. Em seguida, o sul-coreano Lee Myung-bak e o norte-coreano Kim Jong-un chegariam de mãos dadas para encerrar o estado de guerra na península. (JC)

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