Igreja Universal é alvo de processo criminal em Angola
A Procuradoria-Geral da República de
Angola instaurou um processo criminal contra o líder e responsáveis da
Igreja Universal do Reino de Deus, na sequência da morte de 16 pessoas
por asfixia e esmagamento, em 31 de dezembro passado em Luanda.
Em comunicado de imprensa, a PGR informa
que o processo foi aberto depois de ter sido concluído um inquérito,
instaurado em 02 de janeiro pelo presidente angolano, José Eduardo dos
Santos.
O processo corre sobresponsabilidade da Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP) da PGR. As atividades da Universal foram suspensas por um período de 60 dias, segundo as conclusões da Comissão de Inquérito (CI) nomeada pela Presidência da República.
A agência Lusa tem repetidamente tentado
obter da IURD em Angola um comentário sobre a suspensão decidida pelas
autoridades angolanas e agora sobre este processo-crime da PGR mas, até
agora, nenhum dirigente se mostrou disponível para falar.
O alvo do processo é a cerimônia
denominada “Vigília do Dia do Fim”, que concentrou dezenas de milhares
de pessoas na Igreja que ultrapassaram, em muito, a lotação autorizada
do Estádio da Cidadela.
A Comissão de Inquérito concluiu ainda
que as mortes ocorreram devido à superlotação no interior e exterior do
Estádio da Cidadela, causada por “publicidade enganosa”.
Dias antes da cerimónia, a Universal
espalhou por Luanda publicidade do evento, intitulado “Dia do Fim”, na
qual convidava todos a “dar um fim a todos os problemas: doença,
miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação
e dívidas”.
Para a Comissão, esta publicidade criou,
no seio dos fiéis, “uma enorme expectativa de verem resolvidos os seus
problemas” e, socorrendo-se da legislação em vigor, classifica a difusão
do evento como “criminosa e enganosa”.
O fato da Universal não ter suspendido a
cerimónia, mesmo depois de ter conhecimento da existência de vítimas
mortais é outra das matérias que foi contestada pela Comissão.
Paralelamente ao anúncio da suspensão de
atividades da Universal, a Comissão de Inquérito anunciou a proibição
de quaisquer ações por parte de outras seis igrejas evangélicas, por não
estarem legalizadas em Angola.
As seis confissões proibidas de fazer
qualquer tipo de atividade são as Igrejas Mundial do Poder de Deus,
Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da Promessa de
Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém. (EBC)
0 Comentários: