Conheça o novo Caveirão da polícia do Rio de Janeiro
A
escalada de violência urbana no Rio de Janeiro obrigou a polícia local a usar
os chamados caveirões, veículos blindados que receberam o apelido por serem
utilizados pelos membros do Batalhão de Operações Especiais, o BOPE, também
conhecido por usar a caveira como símbolo. Só que a era de veículos adaptados
está começando a terminar. Se em operações famosas como a pacificação do
Complexo do Alemão a tropa precisou apelar para veículos das Forças Armadas,
agora poderá usar um veículo criado especialmente para essa função, o
sulafricano Paramount Maverick. O blindado é uma das principais atrações da
LAAD, Feira Internacional de Segurança e Defesa que vai até a próxima
sexta-feira no Rio de Janeiro.
De
início, foram vendidas oito unidades. Dessas, quatro vão ser usadas pelo BOPE,
enquanto as outras serão divididas igualmente entre a Coordenadoria de Recursos
Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio e pelo Batalhão de Polícia de Choque.
Ao contrário dos antigos blindados usados também no transporte de valores, o
Maverick foi criado desde o início para ser um veículo de caserna.
Para
começar, tem blindagem bem mais parruda. O fabricante da África do Sul (um dos
maiores produtores de armamentos do mundo) não brincou em serviço: o modelo
básico agüenta disparos de calibre 7.62 mm, usado por armas como o FAL (Fuzil
Automático Leve) e também de 12,7 mm ou .50 (usada por metralhadoras estacionárias
como a Browning M2). Lembrando que ambas armas são usadas em assaltos a carro
forte, situação na qual os seguranças costumam se render diante do ataque
pesado. Mesmo o teto tem esse nível de blindagem. “A guerrilha urbana costuma
atacar de cima de lajes e prédios, assim não há penetração de projéteis”,
afirma Andrew Charter, Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Paramount.
Todo esse poderio ajuda a explicar o preço que varia entre US$ 450 mil e US$
800 mil dependendo das especificações, algo entre R$ 888 mil e R$ 1,57 milhão.
Nem
mesmo terrenos acidentados podem parar o blindado. Embora não se destaque tanto
pelos ângulos de entrada (27º) ou saída (30º), o veículo tem tração integral
com reduzida e bloqueio de diferencial dianteiro, central e traseiro. Tudo sem
perder o conforto a bordo. Além do espaço razoavelmente folgado para até 12
policiais, o Maverick tem como opção uma usina de força interna que pode
funcionar independentemente e alimentar o sistema de ar-condicionado, uma arma
tática diante do calor carioca. Tal como todo o resto, o interior foi pensado
exclusivamente para combate. Há um sistema de extração de ar para sugar a
fumaça gerada pela pólvora dos disparos feitos de dentro do carro. Além disso,
as grades no chão impedem que os combatentes escorreguem nas cápsulas ejetadas
pelas armas. “E também impedem que escorreguem no sangue de algum ferido”,
explica Andrew. (Auto Esporte)
0 Comentários: