Justiça bloqueia R$ 520 milhões de empresa da família de Maluf
A Justiça de São Paulo determinou o
bloqueio R$ 519,7 milhões da empresa Eucatex, de propriedade da família
do ex-prefeito de São Paulo e deputado federal Paulo Maluf (PP). Em
nota, a Eucatex informa que tomou conhecimento do bloqueio pela
imprensa. “Se confirmada, a empresa tomará as medidas judiciais cabíveis
para reverter a decisão.”
A decisão atendeu pedido do Ministério
Público (MP) do Estado de São Paulo, que afirma que há uma operação em
curso para blindar o patrimônio da empresa das ações movidas na Justiça
pelo Ministério Público e pela Prefeitura de São Paulo contra Maluf. Na
ação, o promotor Silvio Antonio Marques defende que a Eucatex está em
vias de transferir R$ 320 milhões à outra empresa, a ECTX, que segundo o
MP também pertence à família Maluf.
Em nota, a empresa afirma que “o pedido
de bloqueio de bens da Eucatex já foi requerido pelo Ministério Público
em 2009, tendo sido negado em primeira e segunda instância”(confira a íntegra no fim do texto).
A decisão é do final de março, e o
processo corre em segredo de justiça. Na liminar, a juíza Celina Kiyomi
Toyoshima, da 4ª Vara da Fazenda Pública, afirmou que pode reconsiderar
a decisão desde que “haja comprovação, por parte da Eucatex, do risco
iminente de quebra, por conta do bloqueio (cerceamento das atividades
empresarias)”.
A Promotoria pede na Justiça a devolução
de US$ 153 milhões (cerca de R$ 308 milhões) que teriam sido desviados
da Prefeitura de São Paulo na época em que Maluf foi prefeito, entre
1993 e 1996. A verba teria sido enviada ao exterior e depois investida
na Eucatex.
Há ainda um processo movido em conjunto
pela Prefeitura e pelo Ministério Público referente a desvios que teriam
sido feitos na construção da Avenida Água Espraiada (atual Jornalista
Roberto Marinho). Em janeiro, a Justiça de Jersey determinou que
empresas que a Prefeitura de São Paulo diz pertencerem ao ex-prefeito
Paulo Maluf devolvam aos cofres do município US$ 28,3 milhões (quase R$
58 milhões). As empresas são a Durant International Corporation e a
Kildare Finance Limited. (G1)
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